O próximo fim de semana de Cultura em Expansão desdobra-se ao longo de três dias com diferentes propostas artísticas.

Na sexta-feira, 13 de setembro, às 21h30, o Grupo Operário do Ruído abre as portas da Associação de Moradores da Bouça para um ensaio aberto ao público do trabalho que tem vindo a desenvolver durante os últimos meses. Grupo comunitário aberto à participação de todas as pessoas com vista à criação colaborativa de música com instrumentos muitas vezes insólitos, o Grupo Operário do Ruído ou GOR nasceu em 2020, pelas mãos da Sonoscopia. Ao longo dos últimos anos, tem vindo a assumir uma identidade própria, criando uma dinâmica comunidade artística com a sua voz e o seu espaço, construída de uma forma orgânica pelas contribuições externas que foram dadas por vários músicos convidados para acompanhar o grupo. Em 2024, a direção está a cargo de António Serginho e Carlos Guerreiro, dois ativistas das causas do som, oriundos de gerações distintas, mas com uma singular energia capaz de contagiar audiências e nos aliciar a gritar em conjunto: O ruído unido jamais será vencido! Antes da sua atuação no Conservatório de Música do Porto, em dezembro, os Operários do Ruído promovem este ensaio aberto ao público.

Já no sábado, 14 de setembro, às 11h, o programa ruma até à Fonoteca Municipal do Porto para a primeira de três sessões de Escuta Ativa, promovidas pelo Visões Úteis. Tendo como principal objetivo promover o diálogo entre este espaço situado em Campanhã e a comunidade local, esta primeira sessão, a única a ter lugar na própria Fonoteca, tem como anfitrião José António Pinto, também conhecido por Chalana. Licenciado em Serviço Social e mestre em Sociologia pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto, José António Pinto é cronista, palhaço em contexto hospitalar e funcionário da Junta de Freguesia de Campanhã, onde tem desenvolvido em contextos territoriais de exclusão, diversas atividades de animação no âmbito do teatro, da fotografia e do cinema com populações socialmente desfavorecidas. Nesta manhã, convida o público a escutar consigo o disco Eito Fora da Brigada Victor Jara.

Para terminar o fim de semana, o público é desafiado a juntar-se à apresentação final do projeto de residência artística participativa “Temos nós, também, direito à preguiça?” criado e orientado por Hugo Cruz que, ao longo desta semana junta um grupo heterogéneo de residentes do Porto, em torno da reflexão sobre a necessidade de tempo para contemplar e rever modos de fazer, estar e ser. A apresentação acontece no dia 15 de setembro, domingo, às 17h e tem como ponto de encontro o mesmo local em que a residência decorre, a Casa do Salgueiros.

A participação em todas as iniciativas é gratuita. No caso do Ensaio Aberto do Grupo Operário do Ruído e a sessão de Escuta Ativa é necessário levantamento de bilhetes, disponíveis no dia e local do espetáculo a partir de uma hora antes do seu início.