A partir da visão de um mascareiro, aborda-se a personagem Polichinelo. Numa mesa estão sete máscaras fabricadas por si, num eixo que remonta ao teatro romano antigo, passa pelas famosas aparições dos séculos XVI e XVII, no auge da Commedia dell’Arte, segue com Pagliaccio pelo século XIX e desemboca numa possibilidade quotidiana de uma democracia liberal. Espetáculo sincrético, reúne elementos do ofício de um mascareiro no seu atelier, de uma palestra onde se divulgam as origens e a história da personagem (contribuições para uma história do teatro mascarado europeu), de um ensaio, onde este construtor-ator agora prepara objetos e lança ideias para as improvisações e, ainda, de um espetáculo, quando a dimensão ficcional toma as rédeas da comunicação e o teatro acontece. Nuno Pino Custódio descobrirá com o público a personagem que o escolheu no tempo em que aprendeu os rudimentos do trabalho de ator com máscara, nos seus 20 anos, e nunca teve a oportunidade de conhecer de facto até aqui.